Librewolf: Uma Alternativa que Censura.

Recentemente, uma bomba caiu no mundo dos navegadores: o Firefox, da Mozilla, admitiu que pode coletar e usar dados dos usuários – cliques, digitações, uploads – como bem entender, vendendo essas informações para anunciantes e mineradores de dados. Para muitos, isso foi o golpe final. Ninguém em sã consciência quer continuar usando um navegador que lucra às custas da privacidade. A busca por alternativas começou, e um dos nomes que surgiram foi o Librewolf, um fork de código aberto do Firefox que promete liberdade e privacidade. Mas será que ele é realmente uma opção segura? Spoiler: talvez não.
O Que é o Librewolf?
O Librewolf é uma versão modificada do Firefox, projetada para ser uma alternativa focada em privacidade e liberdade. Pelo menos, é assim que ele se vende. Por ser de código aberto, teoricamente qualquer um pode auditar seu código e garantir que não há surpresas escondidas. Mas, na prática, quase ninguém faz isso – nem no Firefox, nem no Librewolf, nem mesmo no Linux Kernel, que tem milhares de desenvolvedores. Isso significa que, no final das contas, precisamos confiar nas pessoas por trás do projeto. E é aí que a história começa a ficar complicada.
Um Projeto "Muito Woke" por Design
O Librewolf recentemente ganhou destaque não só por ser uma alternativa ao Firefox, mas por uma controvérsia envolvendo sua liderança. A pessoa que administra o projeto, conhecida apenas como "ohfp (she/her)" – um pseudônimo que não revela identidade, gênero ou afiliações –, declarou que o Librewolf é "muito woke por design". Em uma série de declarações públicas, ohfp deixou claro que o navegador não é apenas uma ferramenta técnica, mas uma plataforma política. E essa política vem com censura pesada. Ohfp, que também mantém as versões Linux do Librewolf, anunciou uma postura radical contra qualquer conteúdo ou pessoa que ela considere "de extrema direita", "anti-woke" ou simplesmente fora de sua visão de mundo. Isso inclui banir menções ao "Lunduke Journal" (um site jornalístico) e ao seu criador, Lunduke, rotulados como "anti-queer, anti-vacina, racistas" e outras acusações fortes. Qualquer tentativa de discutir essas proibições ou mesmo questionar a liderança resulta em banimento imediato.
O Caso Lunduke: Censura em Ação
Lunduke, o jornalista por trás do Lunduke Journal, decidiu investigar o Librewolf de perto. Ele entrou no canal oficial de chat do projeto no Matrix e fez uma pergunta simples: "Olá, equipe do Librewolf, tenho algumas perguntas sobre o recente caso do Firefox. Este é o lugar certo para perguntar à liderança ou seria melhor enviar um e-mail?". A resposta foi direta: "Se você é o verdadeiro Lunduke, por favor, saia". Minutos depois, ele foi banido. Motivo oficial? "Ser Lunduke". Esse não é um caso isolado. A liderança do Librewolf já baniu outros usuários por mencionarem Lunduke ou por questionarem as políticas do projeto. Ohfp chegou a dizer: "Se eu expulsar cem racistas e isso fizer uma única pessoa de uma minoria se sentir mais segura, vale a pena". A mensagem é clara: o Librewolf não tolera discordância. Liberdade de expressão? Só se você estiver alinhado com a visão "woke" deles.
O Problema da Transparência
Além da censura, há um problema maior: quem está por trás do Librewolf? Ohfp opera como uma figura misteriosa, sem nome real ou histórico conhecido. O site do projeto não tem uma página "Sobre Nós", e o perfil de ohfp no GitHub é praticamente vazio. Para um navegador que quer ser uma alternativa confiável ao Firefox, essa falta de transparência é preocupante. Código aberto é ótimo, mas, como Lunduke apontou, ninguém tem tempo ou recursos para auditar cada linha de um projeto desse tamanho. Confiamos nos desenvolvedores – e, no caso do Librewolf, não sabemos quem eles são. Como confiar em um navegador cuja liderança esconde sua identidade e usa o projeto como arma política?
Firefox Fora, Librewolf Fora. E Agora?
Com o Firefox vendendo dados e o Librewolf se revelando uma ferramenta de censura ideológica, muitos usuários estão sem opções claras. Outros forks do Firefox existem, mas a maioria está abandonada, desatualizada ou apoia as recentes decisões da Mozilla. Por enquanto, uma alternativa recomendada por Lunduke é o Brave, um navegador focado em privacidade que não parece se meter em polêmicas políticas – pelo menos, não ainda.
Conclusão
O Librewolf poderia ser um porto seguro para quem foge do Firefox, mas sua liderança escolheu um caminho diferente: um projeto abertamente "woke" que censura vozes discordantes e prioriza política sobre neutralidade. Se você quer um navegador que respeite sua privacidade e não se importe com suas opiniões, o Librewolf não é a resposta. A busca por uma alternativa confiável continua – e, enquanto isso, vale a pena ficar de olho em quem está por trás das ferramentas que usamos todos os dias.
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